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14/11/2012

Tirania amiga


13/11/2012-03h30

Tirania amiga

Uma das grandes razões pelas quais "democracia" é uma palavra que significa muito pouco no Oriente Médio foi dada na semana passada.
Gostamos de ver países ocidentais como EUA, França e Inglaterra como atores globais responsáveis que usam sua força para pressionar reformas democráticas em países totalitários. No entanto, eles mostram, na periferia do mundo, como sua noção de "democracia" é, digamos, singular.
Semana passada, o Pentágono notificou o Congresso norte-americano sobre o projeto de venda de US$ 6,7 milhões em equipamento militar para a Arábia Saudita. Em 2010, os EUA fecharam uma venda recorde de US$ 60 milhões em equipamentos, muitos deles utilizados para ocupar militarmente o Bahrein a fim de esmagar revoltas que pediam padrões mínimos de democracia.
O fato aberrante aqui é que a Arábia Saudita concorre cabeça a cabeça com a Coreia do Norte para ser o país mais totalitário do mundo.
Monarquia absoluta teocrática sem partidos, sem Constituição, sem parlamento e sem sequer um simulacro de eleição, a Arábia é o país no Oriente Médio que mais brutalmente trata as mulheres, não reconhecendo a elas sequer o estatuto jurídico de pessoa autônoma. Seu sistema legal é tão arcaico que adultério pode ser condenado com pena de morte.
Pode-se dizer que, contrariamente a países como a própria Coreia do Norte e o Irã, uma Arábia Saudita fortemente armada não representa ameaça a seus vizinhos. No entanto, isso é falso.
Grupos salafistas que atuam na Tunísia e no Egito procurando impor um Estado teocrático, usando métodos cada vez mais violentos, são generosamente financiados pelos sauditas e pelo Qatar.
Por outro lado, desde a invasão do Kuwait pelo Iraque de Saddam Hussein, nenhum outro país árabe havia mandado suas tropas para outro país árabe, como fizeram os sauditas para defender a monarquia absoluta do Bahrein. Ou seja, a Arábia é um polo de desestabilização de todo esforço democrático na região.
Este é, juntamente com Israel, o mais fiel aliado do Ocidente na região. Fato que demonstra a vacuidade do discurso dos direitos humanos quando proferidos por antigas potências coloniais.
Em uma situação normal, o ato de armar os sauditas seria objeto de revolta contra a ausência de limites da "realpolitik" da diplomacia internacional. Ele seria a prova de que o tempo dos discursos vazios sobre direitos humanos não passou. Pois ainda parece valer a lógica bem descrita na suposta declaração de Franklin Roosevelt a respeito do ditador nicaraguense Anastasio Somoza: "Ele pode ser um [palavrão impublicável], mas é nosso [o palavrão de novo]".
VLADIMIR SAFATLE escreve às terças-feiras nesta coluna.

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