Guia Compacto do Processo Penal conforme a Teoria dos Jogos

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29/10/2012

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domingo, 28 de outubro de 2012
BLOG ANO PORTUGAL BRASIL PORTUGAL – Dia 28 de outubro de 2012

Notícias – Visões e Cultura de Portugal – A Crise Econômica
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Editor : Paulo Timm – www.paulotimm.com.brpaulotimm@gmail.com

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PORTUGAL – VISÕES : A Praça do Rocio, Lisboa
How to write poetry

LISBON REVISITED (1926)


Nada me prende a nada.
Quero cinqüenta coisas ao mesmo tempo.
Anseio com uma angústia de fome de carne
O que não sei que seja -
Definidamente pelo indefinido...
Durmo irrequieto, e vivo num sonhar irrequieto
De quem dorme irrequieto, metade a sonhar.

Fecharam-me todas as portas abstratas e necessárias.
Correram cortinas de todas as hipóteses que eu poderia ver da rua.
Não há na travessa achada o número da porta que me deram.

Acordei para a mesma vida para que tinha adormecido.
Até os meus exércitos sonhados sofreram derrota.
Até os meus sonhos se sentiram falsos ao serem sonhados.
Até a vida só desejada me farta - até essa vida...

Compreendo a intervalos desconexos;
Escrevo por lapsos de cansaço;
E um tédio que é até do tédio arroja-me à praia.
Não sei que destino ou futuro compete à minha angústia sem leme;
Não sei que ilhas do sul impossível aguardam-me naufrago;
ou que palmares de literatura me darão ao menos um verso.

Não, não sei isto, nem outra coisa, nem coisa nenhuma...
E, no fundo do meu espírito, onde sonho o que sonhei,
Nos campos últimos da alma, onde memoro sem causa
(E o passado é uma névoa natural de lágrimas falsas),
Nas estradas e atalhos das florestas longínquas
Onde supus o meu ser,
Fogem desmantelados, últimos restos
Da ilusão final,
Os meus exércitos sonhados, derrotados sem ter sido,
As minhas cortes por existir, esfaceladas em Deus.

Outra vez te revejo,
Cidade da minha infância pavorosamente perdida...
Cidade triste e alegre, outra vez sonho aqui...

Eu? Mas sou eu o mesmo que aqui vivi, e aqui voltei,
E aqui tornei a voltar, e a voltar.
E aqui de novo tornei a voltar?
Ou somos todos os Eu que estive aqui ou estiveram,
Uma série de contas-entes ligados por um fio-memória,
Uma série de sonhos de mim de alguém de fora de mim?

Outra vez te revejo,
Com o coração mais longínquo, a alma menos minha.

Outra vez te revejo - Lisboa e Tejo e tudo -,
Transeunte inútil de ti e de mim,
Estrangeiro aqui como em toda a parte,
Casual na vida como na alma,
Fantasma a errar em salas de recordações,
Ao ruído dos ratos e das tábuas que rangem
No castelo maldito de ter que viver...

Outra vez te revejo,
Sombra que passa através das sombras, e brilha
Um momento a uma luz fúnebre desconhecida,
E entra na noite como um rastro de barco se perde
Na água que deixa de se ouvir...

Outra vez te revejo,
Mas, ai, a mim não me revejo!
Partiu-se o espelho mágico em que me revia idêntico,
E em cada fragmento fatídico vejo só um bocado de mim -
Um bocado de ti e de mim!...

NOTICIA DO DIA
Espanha e Itália voltam às ruas contra a austeridade
Manifestações contra os cortes orçamentais em Madrid e em Barcelona marcaram este sábado. Cerca de 3.000 polícias manifestaram-se, em separado, em Madrid. Em Roma, manifestantes fizeram o “Dia sem Monti.”
Artigo | 28 Outubro, 2012 - 01:45
Não devemos, não pagamos”, foi uma das palavras de ordem. Foto de República Española no Facebook
Milhares de pessoas manifestaram-se este sábado em Madrid contra o Orçamento de Estado apresentado terça-feira pelo governo de Mariano Rajoy, um dia depois de as estatísticas oficiais registarem que um em cada quatro habitantes do Estado espanhol está desempregado.
Acusaram o Orçamento de promover cortes que agravam a recessão e viram as costas à cidadania.
Apesar do enorme dispositivo policial – mais de 1.500 polícias –, a manifestação, que saiu às 18h da praça de Espanha e chegou às 20h à praça Neptuno, frente ao Congresso de Deputados, decorreu pacificamente e terminou com uma assembleia popular.
Gritaram-se palavras de ordem como “Não nos representam” e “Não devemos, não pagamos” e os manifestantes exigiram a demissão do governo. Um dos cartazes tinha inscrito “Abolição da dívida externa”, em referência ao Orçamento que pagará 38.590 milhões de euros de juros, mais 9.742 milhões que no ano anterior.
Antes, na mesma cidade, 3.000 agentes da Polícia Nacional manifestaram-se diante do Ministério do Interior, convocados pelos três sindicatos do setor, também para exigir o fim da austeridade.
Em Barcelona, cerca de 50 mil manifestantes, segundo os organizadores (5.000 segundo a Guarda Urbana) manifestaram-se contra as medidas na Educação que implicam num aumento de alunos por turma e na ampliação de horas letivas dos professores.
Dezenas de milhares em Roma
Várias dezenas de milhares de manifestantes, sobretudo jovens, protestaram também no sábado em Roma contra as medidas de austeridade do governo de Mario Monti. A manifestação foi convocada como o “Dia sem Monti”, por partidos da extrema-esquerda e sindicatos autónomos.
“Com a Europa que se rebela, derrubemos o Governo de Monti”, lia-se numa faixa que encabeçava a manifestação, que partiu da Piazza della Repubblica e chegou mais de
uma hora depois à Piazza San Giovanni.
Os manifestantes desfilaram com marionetes gigantes de Mario Monti, Angela Merkel e Barack Obama, para contestar a globalização, a crise financeira e a polítiica dos líderes da União Europeia.
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PORTUGAL E A CRISE : MEMÓRIA E ANÁLISES
5ª avaliação da troika: Governo prepara novas medidas de austeridade - BLOCO ESQUERDA
No relatório sobre a quinta revisão do memorando de entendimento com a troika é referido que "as fracas perspetivas externas e o aumento do desemprego aumentaram os riscos ao cumprimento dos objetivos do programa”, sendo “necessários esforços adicionais”.
Artigo | 26 Outubro, 2012 - 02:12
Foto de Paulete Matos.
Se a execução [orçamental] voltar a revelar-se pior do que o previsto, a margem para acomodar novas derrapagens será limitada”, avança ainda o Fundo Monetário Internacional (FMI), ao que o governo português responde que está pronto para “introduzir as medidas de contingência que sejam necessárias ao longo de 2013”.
Sobretaxa de IRS até, pelo menos, ao fim do programa de financiamento externo
Quando interpelado, na Comissão de Orçamento e Finanças, pelo deputado do Bloco Pedro Filipe Soares, o ministro das Finanças não quis prestar qualquer esclarecimento sobre se a sobretaxa de IRS proposta pelo governo PSD/CDS-PP se mantinha além de 2013. Esta quinta feira foi, contudo, revelado, no relatório sobre a quinta revisão do memorando de entendimento com a troika, que o governo se compromete a impor a sobretaxa de 4 por cento no IRS "pelo menos até ao fim do programa e até que cortes permanentes na despesa sejam identificados para contrabalançar a sua eliminação".
Novos cortes nas transferências sociais e subsídio de desemprego
Neste relatório é sublinhado que o ajustamento orçamental deve ser feito essencialmente através de medidas do lado da despesa, já que estas tendem a ser mais duradouras. "Um princípio importante de todo o programa é que as medidas, regra geral, devem ser permanentes", frisou Abebe Selassie, chefe de missão do FMI em Portugal, apelando a mais cortes nas transferências sociais.
Ainda que o FMI congratule o governo português por ter tratado de todas as "distorções ao mercado de trabalho induzidas pela legislação", que, segundo este organismo, decorriam do "nível extremo de proteção dos trabalhadores" e das "pressões salariais induzidas por fortes aumentos do salário mínimo", é exigida também uma nova redução do subsídio de desemprego.
O nível de indemnizações por despedimento deve ser igualmente sujeito a uma nova diminuição.
Sobre o envio aos parceiros sociais, pelo executivo do PSD/CDS-PP, de uma nova proposta de cortes de 10% no valor mínimo do subsídio de desemprego e do subsídio social de desemprego, de 6% no valor do Rendimento Social de Inserção e de 2,25% no Complemento Solidário para Idosos, Vítor Gaspar voltou a recusar qualquer comentário, quando questionado pelo dirigente bloquista Pedro Filipe Soares na comissão parlamentar de Finanças.
Governo terá que poupar 4 mil milhões em 2014 e 2015
Até final de fevereiro de 2013, o governo terá de apresentar à troika um conjunto de medidas que permitam uma poupança de 4 mil milhões de euros no período 2014-2015.
Uma análise extensiva da despesa para especificar em pleno fontes adicionais de poupança será levada a cabo a tempo da sexta revisão (prevista para novembro) e as medidas terão de ser completamente especificadas até meados de fevereiro de 2013 a tempo da sétima revisão. O plano de consolidação orçamental para 2014-2015 será completamente detalhado no Programa de Estabilidade e Crescimento de 2013”, avança o relatório divulgado pelo FMI.
Dívida atinge pico de 124% em 2014
No documento, o FMI alerta ainda para o facto de os riscos económicos terem aumentado “de forma significativa” e refere que as metas orçamentais para este ano e para 2013 foram revistas, para 5 por cento do PIB e 4,5 por cento, respetivamente. O pico da dívida será atingido em 2014, ascendendo a 124 por cento do PIB. Inicialmente, as estimativas avançadas apontavam para que o pico da dívida fosse atingido em 2013 e apenas alcançasse os 118,6%.
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