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30/05/2011

Maconha, ainda. Liberar é Humano

Traficante mistura gasolina e até vermífugo à cocaína e ao crack

Drogas como cocaína e crack estão sendo vendidos em bocas de fumo do país misturados a gasolina, cafeína, fermento, anestésicos e até vermífugo. A informação é da reportagem deÍtalo Nogueira publicada na edição desta segunda-feira da Folha. 
A portagem completa está disponível para assinantes da Folha e do UOL (empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha). 
Análises feitas pelo Inmetro e pelo ICCE (Instituto de Criminalística Carlos Éboli) do Rio mostram que em alguns casos a droga é o que menos compõe os papelotes e pedras comercializadas por traficantes. 
O levantamento deve ser usado em uma cartilha para que médicos considerem também o efeito dessas substâncias durante o tratamento. 
Além de substâncias como gasolina e cafeína, quase metade das amostras de cocaína em pó analisadas tinham também presença de anestésico local. De acordo com a pesquisa, o objetivo é ludibriar o usuário sobre a pureza da droga. 




Defender a Marcha da Maconha me faz um criminoso?

Não fumo maconha e conheço perfeitamente os perigos de usar essa droga --aliás, também não fumo cigarro. Sou dos que defendem a restrição à publicidade de bebida e sempre criticou o uso de celebridades para vendê-la. Mas acho que as pessoas têm o direito de expressar publicamente suas ideias. Dai não conseguir entender a proibição da Marcha da Maconha e, muito menos ( muitíssimo menos) a manifestação programada para criticar a violência policial. 
Há um grupo cada vez mais influente de cientistas, educadores e políticos pelo mundo que defendem a seguinte ideia: liberar as drogas causaria menos danos do que proibi-la. Pelo menos o poder público poderia fiscalizar sua qualidade. 
O apoio é ainda maior quando eles falam da maconha que, segundo toneladas de estudos, apesar de todos os riscos, causa menos danos que todas as demais drogas. Inclusive quando comparado ao cigarro e à bebida alcóolica. 
Isso significa que, ao defender esse ponto de vista, eu estaria incitando o uso das drogas e este artigo deveria ser proibido? 
Gilberto Dimenstein Gilberto Dimenstein, 53 anos, é membro do Conselho Editorial da Folha e criador da ONG Cidade Escola Aprendiz. Coordena o site de jornalismo comunitário da Folha. Escreve para a Folha.com às segundas-feiras.

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