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13/05/2011

Compreendendo a estratégia do adversário - Para pensar

Compreendendo a estratégia do adversário

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Quem se interessa por Guerra Psicológica sabe que existem três métodos, extensamente empregados desde tempos imemoriais, capazes de causar danos ao adversário, algumas vezes maiores do que os causados pelas JDAM (Joint Direct Attack Munition), as bombas inteligentes.
 
O primeiro, mais antigo, certamente é o de comprar a lealdade (ou pelo menos cooperação) dos adversários. Este tem sido um problema sério na Líbia, onde o regime tribal faz com que o país seja dividido em tribos ou clãs, cuja lealdade a A ou B depende de acertos com os chefes tribais. Os americanos enfrentaram este problema, com relativo sucesso, no Afeganistão. No livro de James F. Dunnigan – Ações de Comandos (Biblioteca do Exército Editora, 340 páginas, R$32,00) o autor faz uma análise das ações de comandos de diversos países e conta a ação da CIA (Central Inteligence Agency) a agência de inteligência dos Estados Unidos. Todo um capítulo (o décimo) é um profundo exame das reviravoltas no comportamento dos afegãos, muito mais buscando a satisfação de interesses tribais do que do país.
 
Na Líbia a situação é bastante semelhante. Tanto o governo central (Kadhafi) quanto os rebeldes precisam negociar com nada menos do que 140 tribos, que, além de pouca atenção dada ao governo central, ainda, por seu caráter nômade, não respeitam fronteiras definidas entre os países da região, em especial Egito, Tunísia e Chade.
 
No Brasil não temos este problema diretamente. Compra-se lealdade do povo via Bolsa Família, e quanto a dos congressistas, o melhor exemplo é o Mensalão. A coisa começa a pegar quando se vai discutir os outros dois métodos.
 
O segundo método é desmoralizar o adversário dando-lhe apelidos ridículos e distorcidos e fazendo-o parecer canhestro aos olhos do público. E se mesmo assim, apesar de todos os percalços, o adversário venceu e, pior ainda, ganhou de forma arrasadora e inquestionável ainda há um recurso: desvaloriza-se a vitória do oponente justificando que esta se deveu à ajuda do poderoso lobby das armas (a versão século XXI do Ouro de Moscou), ou que as pessoas ficaram com peninha dos funcionários da indústria nacional de armas que iriam perder seus empregos, e por aí vai.
 
E sobre o dinheiro que o Viva RioSou da Paz e similares recebem de fundações estrangeiras? Isto não é assunto pertinente ao escopo dessa discussão... E neste campo somos pródigos. Lembram-se de como as Organizações Globo, durante o período que antecedeu o Referendo de 25/10/2005, chamavam os parlamentares que defendiam o direito do cidadão de bem de honestamente comprar uma arma de fogo para a defesa da família e do seu patrimônio? Era a “Bancada da Bala.  Notaram o pouco sutil detalhe? Não era a “Bancada da Armaria”, a “Bancada do Direito à Autodefesa”.  A escolha era por uma conotação bem pejorativa e achincalhante.
 
Muitas vezes esta ação era complementada pelo total amordaçamento dos que pensavam diferente da família Marinho. Qualquer um com qualquer ideia de jerico, desde que fosse a favor do desarmamento tinha voz e espaço nas Organizações Globo. Já pessoas sérias, com ampla experiência e conhecimento no assunto como o professor Bené Barbosa (presidente do Viva Brasil) e o coronel PM-SP Jairo Paes de Lira, que embora discordantes da opinião dos veículos dos Marinho tinham sólidos argumentos a favor do direito da autodefesa, eram solenemente ignorados. E nestes casos é sempre bom dar exemplos: no jornal O Globo (17/4/2011, página 19) existe uma matéria da repórter Tatiana Farah intitulado “Sou da Paz defende Estatuto do Desarmamento”. Nele as figurinhas carimbadas do desarmamento (do cidadão de bem, entenda-se) Alice Ribeiro e Denis Mizne do Sou da Paz dão suas opiniões sobre o Estatuto do Desarmamento. Por que dona Tatiana não procurou ouvir também o “outro lado”, o Viva Brasil? Este tipo de atitude mostra bem o olímpico desprezo do jornal O Globo pelos seus leitores. Afinal, o NÃO na cidade do Rio de Janeiro, onde o jornal O Globo tem sua sede, alcançou 61.9% dos votos válidos contra 36.3% do Sim, espelhando o resultado geral do Referendo onde oNÃO teve 63.9% dos votos e o sim 36.1%.  Pergunto ao leitor: será que entre estes cinco milhões de eleitores do Rio de Janeiro não existe um número significativo de leitores de O Globo que votaram pelo NÃO e que gostariam que o jornal lhes informasse o que pensam aqueles que defendem ideias iguais as suas?
 
O terceiro dos instrumentos mais utilizados na Guerra Psicológica é o de distorcer atos e conceitos do adversário colocando suas ações como criminosas, mal intencionadas ou ridículas. É colocar na boca do adversário coisas que ele nunca disse, expondo-o assim ao ridículo. Em âmbito mundial, o mestre desta tática foi o ministro da propaganda nazista Joseph Goebbels. E entre nós, em especial entre os antiarmas, a coisa não é muito diferente. Leia o Globo com a devida atenção e verá que os exemplos abundam: um dos mais comuns é dizer que reagir a um assalto é perigoso. –“Só no cinema o mocinho consegue reagir”, afirmou ao jornal o Globo o senhor Antonio Rangel Bandeira do Viva Rio. Mas quem foi que disse que não é rematada loucura alguém reagir quando está com um revólver apontado para sua cabeça? Mesmo dentro de um carro blindado ainda existe um razoável grau de risco, dependendo do nível da blindagem e do calibre da arma do assaltante.
 
O que é ensinado em qualquer curso de tiro e segurança é evitar colocar-se em situação de desvantagem. A vantagem do marginal é sempre a surpresa, e existem regras e procedimentos que ajudam a vitima potencial a minimizar a surpresa. As formas de agir da bandidagem são quase sempre as mesmas e infelizmente o cidadão de bem comete os erros mais elementares. E existe outro fato que muita gente insiste em não reconhecer: a bandidagem está matando por matar, o fato de não reagir, de obedecer ao que mandam você fazer não significa que não vão meter uma bala na sua cabeça.
 
É possível se defender de um assalto? Se você conhece bem as regras do jogo, sim, é. Em especial se você estiver dentro de sua casa e perceber que alguém está tentando invadir seu domicílio. Existem regras específicas para se defender em escritórios, casas ou edifícios de apartamentos. E se, pergunta o leitor, se existem tantos casos de autodefesa, por que todo dia aparecem notícias de assaltos e nenhuma de autodefesa? Simples. Primeiro por que se você balear ou espantar um ladrão dentro de sua casa e for à delegacia registrar o fato existem grandes chances de você parar na cadeia por posse de arma. Segundo por que a imprensa não se interessa em publicar tais fatos e quando o faz é babando de ódio, como foi o caso daquela viúva alguns anos atrás no Rio.
 
A revista American Rifleman, da National Rifle Association, tem uma seção em que relata mensalmente, informando data e fonte, inúmeros casos de cidadãos que reagiram a assaltos e saíram vitoriosos do confronto. Mas, diriam os antiarmas, aquilo é bobagem fabricada pelo lobby da armaria.
 
Para esses incrédulos ou para quem distorce a verdade eu recomendo três livros:
 
A – The Truth About Self Defense (A verdade a respeito da autodefesa), de Massad Ayoob. O senhor Ayoob não é um desses sociólogos ou “especialistas” no assunto. Ele é a maior autoridade americana em defesa do cidadão, reorganizador da Polícia Estadual do Estado do Illinois, fundador e diretor do Lethal Force Institute (www.ayoob.com/AboutUs.html). Editado em 1983, quando o comprei, desde então tem sido a minha Bíblia no assunto. Para azar de quem não lê em inglês e sorte dos antiarmas, o livro não existe em português. Aos que leem em inglês o livro esta à venda na Amazon.
 
B – Armed Response (Resposta Armada) de David S. Kenik (Merrill Press, Bellevue, WA, 179 paginas, US$13.29 + frete). O livro é um passo a passo para a defesa pessoal, conselhos e informações em todos os detalhes cobrindo todas as situações que um cidadão pode enfrentar no seu quotidiano. Diferentemente do livro do senhor Ayoob, que cobre todas as situações de auto-defesa, o livro de Kenik é inteiramente focado na defesa do cidadão por armas de fogo. Na página 4 ele traz quatro perguntas que se ajustam como uma luva no questionamento sobre a autodefesa de seu lar.
  • Terei tempo suficiente para pegar o telefone e discar o 911 (linha de emergência padrão em todos os Estados Unidos) antes de ser atacado?
  • Se eu conseguir pegar o telefone, terei tempo de informar à polícia minha localização, e informar ao operador do risco iminente antes de o atacante estar junto a mim?
  • Se eu conseguir me comunicar com a polícia através do 911, quanto tempo os policiais demorarão para chegar? (Nota do autor do artigo: Segundo um anúncio da NRA, o tempo médio de resposta ao 911 é de seis minutos).
  • Demora menos de dois segundos para se sacar uma arma e dispará-la, devo acreditar que a polícia tem condições de chegar em minha casa e salvar-nos antes que decorram dois segundos?
C – Lessons from Armed America de Mark Walters e Kathy Jackson, (White Feather Press, 2009, 186 páginas, US$15.47). O livro é uma coletânea de histórias verdadeiras tendo como tema a auto-defesa. O capítulo cinco (Get back in the car!) é uma demonstração de como um cidadão de bom senso reage a um assalto quando está em situação desvantajosa, mesmo sendo um ex-oficial da Marinha dos Estados Unidos, proprietário de uma pistola calibre .45 e atirador de precisão. É um cabal desmentido da lenda do “herói hollywoodiano” tão ao gosto dos antiarmas brasileiros.
 
Infelizmente nenhum dos três livros citados encontrou um editora brasileira interessada em editá-lo por aqui. Já se fosse sobre o MST...
 
Sugiro que o leitor deste artigo, seja a favor ou contra o exercício da autodefesa, que medite seriamente sobre estes quatro pontos e reflita qual seria a sua resposta.
 
E eu acrescento mais uma pergunta: Em caso de ver sua casa sendo arrombada, como o leitor se sentiria mais confortável: tendo em mãos uma cópia do Estatuto do Desarmamento autografada pelo Ministro da Justiça e o pessoal do Viva Rio e Sou da Paz ou uma escopeta calibre doze, municiada com cinco cartuchos?”

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