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13/08/2010

Bagatela - Documentário de Clara Ramos

Hoje assisti, impactado, o documentário BAGATELA, de Clara Ramos. O documentário trabalha os discursos dos personagens intervenientes na questão dos furtos, de regra, acontecidos em supermercados, em que os bens não saem da esfera de proteção dos agentes econômicos. As pessoas (isto mesmo pessoas) ficam presas, perdem olhos, a saúde, enfim, por motivos de causar nojo! E o nojo é uma das possibilidades de resistir. Mas tem gente que tem nojo, no fundo, é de gente. E gente assim precisa de ajuda. Urgente. Quer resolver no outro, muitas vezes, o problema que não consegue, em si.
A vida na esfera criminal é sempre ingrata dado que povoada por gente que quer consertar o mundo olhando desde a sua mirada burguesa, morando no conforto, desprezando a faticidade. Confira
A Clara Ramos virá para Floripa fazer um debate com o povo daqui em 14 de outubro de 2010. Esperamos levantar o debate, embora saibamos, de antemão, que gente convertida na profissão da fé do encarceramento e do populismo penal, não quer debater. Quer prender. A fé na punição é tão ingênua como a divina. Resta lutar, lutar, lutar.
Boa noite aos que ficam.




5 comentários:

  1. Leonardo Costa de Paula13 de agosto de 2010 às 01:02

    A realidade retratada nesse filme, em muitas vezes é a regra.

    O mais interessante é que, de acordo com o próprio Superior Tribunal de Justiça se posicionou da seguinte forma:

    "Judiciário gasta R$ 2,6 mil para julgar tentativa de furto de R$ 5,89" Fonte: http://www.stj.gov.br/portal_stj/publicacao/engine.wsp?tmp.area=398&tmp.texto=97470

    Eu acho que é uma hipocrisia somente afirmar Kelsen já sabendo em que isso resultou em outros contextos sociais.

    Quando do debate no Rio de Janeiro Clara Ramos, que é externa ao mundo teórico jurídico demonstrou a sensibilidade que é imanente deste filme. Propondo indagações mais que jurídicas e relevantes.

    De qualquer sorte, o que eu sei é que mesmo o STJ trazendo o dado objetivo de que um processo de 5, 10, 20 reais custam para os cofres públicos o valor de R$2.600,00 alimentados a troco de falta de efetividade de garantias em outro momento de proteção ao cidadão.

    Os atores sociais que deveriam atuar falharam e o único que deve atuar positivamente atua através de mais uma negação ao cidadão, nega ainda a tal dignidade, que não é compatível com a dignidade vista sob a ótica do poder:

    Parafraseando Bobbio: "O Direito serve aos mais fortes. Melhor seria que os mais fortes fossem também os mais justos".

    Onde foi deixada a moral no momento de prestar a inserção social? É isso que dá afirmar o Direito pela negação.

    Parabéns a Clara Ramos pelo documentário, parabéns ao amigo Alexandre.

    Como diria Raul Seixas: "Sonho que se sonha só é só um sonho que se sonha só.
    Mas sonho que se sonha junto é realidade."

    Saiba que dependendo pelo menos de 3 pessoas, quem sabe um dia água mole em pedra dura tanto bate até que fura.

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  2. Alexandre, sabes onde é possível ter acesso ao documentário integralmente, sem ter que esperar pra ver qnd vai passar na tvcultura?
    Abs, Alexandre Pandolfo.

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  3. Faço a mesma pergunta do Alexandre Pandolfo. Como é possível ver todo o documentário? Além disso, pegando gancho no primeiro comentário e mais uma vez invocando essa tese: se um processo custa R$ 2600 reais por que não fazer esse o valor mínimo para a incidência do principio da insignificância já que aquele valor destinado aos crimes econômicos não é utilizado como parâmetro nos casos de crimes contra o patrimônio?

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  4. Caros amigos. O filme me foi remetido pela Clara RAmos para uma atividade em Santa Catarina no dia 14.10. Neste dia faremos um debate sobre o filme e quem sabe convencemos o povo dos 2600 reais. OBrigado pelos posts. Falarei com ela para ver como fazer a aquisição do filme. abs

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  5. Essa é a perversa resposta do "Estado Justo" às condutas "etiquetadas como crimes".
    Noutras palavras, a inidoneidade do Estado em resolver conflitos sociais.
    É a fantasia da pena retributiva, da dialética que só serve ao inútil.
    Flávia Rios
    Advogada - Santos-SP

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