Menas Verdades - o livro
"A Turma formada em 1960 pela Faculdade de Direito da USP, a velha e sempre nova Academia, será homenageada pela OAB/SP, por seu Jubileu de Cinquentenário, em solenidade a realizar-se no dia 15/10, sexta-feira próxima, seguida de almoço de confraternização. E para sua simpatia, o que é? O Quim quim querum!"
Elias Katudjian
(Migalhas dos leitores
14 de outubro de 2010)
Já que és um grandessíssimo mão-de-vaca, desses que ficam de pé diante da banca de jornais da esquina para ler as notícias do dia e economizar uns trocados para o cigarro, certamente não vais gastar 35 pratas (clique aqui) para adquirir o livro.
Assim, faço a gentileza de exibir-lhe a apresentação dele feita pelo Juca Kfouri, que poderá ser lida a leite de pato, como se dizia no tempo do teu avô. Quando mais não seja, para mostrar quão importante é termos amigos.
"Meu filho, procure passar o mais longe que você puder do fórum. Evite ter contatos com a Justiça até como testemunha. Porque eu sei como ela é feita.
Pobre Dr. Carlos Alberto Gouvêa Kfouri, meu pai, promotor público, procurador de Justiça. Estivesse vivo e sei lá como reagiria ao saber que o filho é, ou já foi, réu em mais de uma centena de processos, por crimes de imprensa, injúria, calúnia e difamação, essas coisas. Liberal, democrata convicto, erudito, o velho morreu desencantado com a justiça (assim mesmo, em minúscula e adiante, no livro, você entenderá por quê).
A justiça dos homens só poderia mesmo ser imperfeita e como não acredito na divina fico no mato sem cachorro, o que não é de todo mau, porque entre meus inúmeros defeitos está o de não gostar de animais pequenos. Embora adore cavalos - e foi como se estivesse montado num de raça que li o que você lerá a seguir.
Prepare-se para rir (muito), ficar deprimido (mas só se tiver tendência) e, principalmente, para tomar uma boa dose de realismo. Porque o meu caro Dr. Adauto Suannes (antiquíssimo novo amigo) não deixa pedra sobre pedra.
Herético, dirão os adeptos da impostura. Ácido, dirá alguém com dificuldade de digestão. Crítico, qualquer um constatará. Mas, sobretudo, realista. E muito bem-humorado.
Realista, garanto eu, que já fui condenado em primeira instância por uma jovem juíza que simplesmente inverteu o depoimento de uma das minhas testemunhas. A sentença, a bem da verdade, foi anulada por vício insanável 15 dias depois. A juíza, eu soube depois, era filha de um desembargador carioca, velho freguês dos voos da alegria da CBF em Copas do Mundo.
Nomes? Melhor nem dá-los, para não magoá-los. Ou porque cachorro mordido de cobra tem medo de linguiça.
Mas voltemos ao Menas Verdades.
Dr. Suannes e eu temos muitas convergências e algumas poucas divergências, estas de menas importância, diga-se de passagem, embora ele fustigue até algumas pessoas que me são caras. Fiquemos, no entanto, no que nos une, como dizíamos nos tempos da ditadura militar. A começar pelo basquete, que ambos jogamos. E posso testemunhar, pelo menos de minha parte, já que não o vi jogar, com brilho.
A continuar pelo corintianismo que ambos professamos. Quase a terminar, pelo repúdio ao autoritarismo e à falta de ética.
E não são poucas as pessoas bem citadas que fazem parte da minha vida, colegas queridos de meu pai com os quais convivi intimamente. Ou com quem aprendi as rarefeitas noções de Direito que tenho, como Nelson Hungria, op. cit., pág. 72, jargão a que tive de me acostumar quando ajudava na revisão dos pareceres de meu velho.
E quantos casos deliciosos, exemplares, para o bem e para o mal, são aqui contados. Do alcoolismo, que é doença sim senhor, ao plágio; dos maçons aos católicos; do você sabe com quem está falando às ponderações sobre o delicado tema do nepotismo, tudo num texto com personalidade e ritmo de tirar o fôlego - e que ridiculariza desde o preconceito (e os que juram que nem sabem o que é isso) até o famoso juridiquês, pior até que letra de médico.
Passaria horas aqui esmiuçando coisas e loisas e mariposas até correr o risco de estragar o prazer da descoberta. Razão pela qual fico por aqui, com uma frase que diz tudo e que aprendi com o Dr. Suannes: Se não consigo mudar o mundo, que o mundo não me mude".
Se o texto não lhe serviu para muita coisa, ponha no toca CD aquele disco do MPB4, onde eles dizem que amigo é pra essas coisas e que o apreço não tem preço.
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A coluna Circus, integrante do site Migalhas (www.migalhas.com.br), é assinada pelo ilustre migalheiro Adauto Suannes. Para ler os Circus anteriores, clique aqui.
Tentativa de pensar o Direito em Paralaxe (Zizek) alexandremoraisdarosa@gmail.com Aviso: quem não tiver coragem de assinar os comentários aos posts, nem precisa mandar, pois não publico nada anônimo. Recomendo ligar para o Disk Denúncia...
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22/10/2010
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