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20/05/2011

A Arma de Fogo Legal como Bode Expiatório de Problemas Complexos, por Rafael Crocetta Rabelo.

A Arma de Fogo Legal como Bode Expiatório de Problemas Complexos

O problema sempre é a arma de fogo legalizada na opinião do governo e ONG’s desarmamentistas. A nova campanha do desarmamento lançada esse ano (2011), que estava apagada, vai querer decolar em cima da trágedia no Rio, aproveitando-se do clima de comoção nacional criado pela barbárie executado por um jovem. Para o governo e ONG’s com Sou da Paz e Viva Rio basta desarmar a população proibindo o comércio de armas de fogo. Receita simples para problemas complexos, especialidade brasileira!
No caso do Rio o massacre foi cometido com a utilização de dois revólveres simultaneamente, ambos adquiridos ilegalmente por um jovem de 23 anos. Esse jovem já estava desarmado pela lei brasileira, que só admite a possibilidade de compra de arma de fogo e munição por maior de 25 anos, mas não teve problema algum em armar-se na clandestinidade onde compra-se e vende armas e munições de forma relativamente fácil.
E não se venha dizer que o mercado legal abastece o legal, essa é uma meia-verdade, e como toda meia verdade, não passa de mentira. Estudos realizados já apontaram que 30% das armas apreendidas já possuiram registro, sendo supostamente roubadas, o que significa que 70% dessas nunca foram registradas e vieram do tráfico de armas internacional ou desvio da fábrica. Ou seja, o grosso do mercado ilegal não é abastecido por roubo ou furto de armas legais, mas sim via tráfico internacional ou nacional de armas. Ademais muitas das armas compreendidas nos 30% como roubadas, o são de empresas de segurança, e órgãos de segurança pública, restando um percentual menor como roubada de cidadão comum, o que caracteriza o cidadão comum como elemento ainda menor como fonte de armas.
O problema de fácil acesso às armas sem dúvida está no tráfico internacional de armas, tão difícil de combater quando o tráfico internacional de droga e que não coincidentemente andam juntos e não no mercado legal de onde é muito difícil a compra de um armas com a exigibilidade de vários testes e alto custo.
Mas o problema não se encerra só aí, há também o problema de fragilidade de segurança nas escolas onde circulam drogas e armas com facilidade, com a violência já frequente contra professores por parte de alunos. Longe de querer fazer da escola um caixa forte é óbvio que diretrizes mínimas hão de ser pensadas.. um problema complexo, que mesmo que implementado não garantiria a total segurança dos alunos.
Por fim, também há um último fator, que é social mas não menos importante. A generalidade dos casos dão conta de homicidas com perfis muito parecido, que não obstante tenham algum transtorno em algum nível, sofreram com discriminação, com bullyng, sofrendo quiçá toda forma de humilhação, que dependendo de outros fatores associados, como falta de estrutura familiar, personalidade e o próprio disturbio psicológico, fazem a pessoa reiteradamente humilhada a enchergar a sociedade como um mal a ser eliminada. Logo a mesma sociedade que vitimou a pessoa, passa  a ser vítima dessa como forma de vingança numa fúria tresloucada. A correção nesse caso passa por um necessidade de reeducação, de inferir nas pessoas o valor da tolerância, respeito e ordem, para que diminua de forma significativa a discriminação e bulyng escolar.
Esse é um problema complexo que transcende a idéia de desarmamento, pois ainda que idealisticamente de um dia para o outro fossem erradicada todas as armas de fogo do mundo, poderiam continuarmos a termos massacres a serem cometidos à faca como ocorreu num atentado na China ou por outros modos, com uso de bombas caseiras, coquitéis inflámaveis ou qualquer coisa que faça fogo e até mesmo uso de veneno, tudo que preencha o papel de arma.
Por tudo isso devemos tomar muito cuidado para não cair em hipocrisia em eleger a arma de fogo legal como bode expiatório de problemas complexos. Controlar a venda de armas e munições é algo necessário e preciso, mas no caso do Brasil dizer que um tragédia como essa é fruto de falta de controle de armas legais ou que haja a necessidade de ter ainda mais controle é ter total ignorância sobre os elementos de controle já existentes, ser hipócrita ou usar de demagogia, pois a compra de venda de armas e munição no país é regida por uma das legislações mais severas do mundo, que formalmente já desarmou a população em 2003 quando foi editad o Estatuto do Desarmamento.

Rafael Crocetta Rabelo.

Um comentário:

  1. Importante ressaltar a falta de interesse da mídia (brasileira) de veicular opiniões como a do Rafael. É o Estado de Polícia fomentado pela mídia - novidade.. O assunto daría um bom artigo.

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